Todos de pé! Tirar os alunos das cadeiras pode melhorar aprendizagem da turma
Entenda como corpo e mente estão relacionados e saiba como aliar o movimento ao aprendizado dos seus alunos
No livro “Uma criança que se movimenta é uma criança que aprende”, Gill Connell e Cheryl Mc Carthy falam que o corpo é o primeiro professor do cérebro. Essa afirmação pode soar estranha, mas é verdadeira! Estranha porque, muitas vezes, chegamos a acreditar que o corpo atrapalha o aprendizado.
Em nossa cultura, a fragmentação entre corpo e mente é algo comum. Como adultos, vivemos essa fragmentação de diferentes formas: comendo mais do que precisamos, ficando com a mente acelerada e o corpo adormecido… Em alguns casos, essa ruptura pode até mesmo prejudicar nossa saúde.
Mente para um lado, corpo para o outro
Quando o assunto são crianças, falar da desconexão entre mente e corpo é coisa séria. Vale lembrar que a pandemia prejudicou o desenvolvimento de nossos alunos, com as crianças privadas de movimento.
Desde o nascimento e durante a infância, quanto mais os bebês e as crianças interagem com o entorno – objetos e pessoas –, mais redes neurais são formadas. O movimento não é responsável apenas pelas habilidades e capacidades físicas: corpo e mente se desenvolvem em conjunto.
Corpo e mente conectados
Segundo o educador André Trindade, “podemos afirmar que a criança aprende com o corpo, aprende fazendo, experimentando, errando, acertando, buscando soluções para os diversos desafios a partir da experiência prática. As habilidades de atenção, concentração e planejamento vêm sendo cada vez mais associadas à organização corporal”.
E não é exatamente isso que desejamos dos nossos alunos na sala de aula: atenção, concentração e planejamento?
O que é tão naturalmente conectado – corpo e mente – precisa de trabalho e intencionalidade pedagógica para se manter assim, ou mesmo para retomar este estado de conexão após o isolamento social.
Para dar uma mãozinha na inclusão de práticas que trabalham a integração do corpo nas situações de aprendizagem, compartilhamos abaixo algumas sugestões.
Além de fortalecer a conexão entre corpo e mente, essas atividades também podem ajudar nos momentos de perda da concentração ou agitação durante as aulas.
Confira!
Como dar espaço para o corpo em meio a protocolos de distanciamento?
Há muitas formas, com diferentes objetivos. Ajustando as propostas à faixa etária e interesses dos alunos, é possível propor várias atividades ou brincadeiras para acordar o corpo. São propostas de transição que favorecem uma integração entre mente e corpo com um convite ao movimento.
Brincadeiras de mão, com os pés, com palavras
Há todo um repertório em nossa cultura popular que pode ser resgatado e que, respeitando os protocolos de segurança, podem criar janelas de diversão e bem-estar ao grupo.
Colocamos aqui apenas um exemplo de como cantar e brincar faz toda a diferença em nosso corpo e em nossas emoções:
Bate o monjolo no pilão
Pega a mandioca pra fazer farinha
Onde foi parar o meu tostão
Ele foi para a vizinha.
Veja que bacana como o Grupo Tiquequê propõe essa brincadeira clicando AQUI.
O corpo e a cultura
Você sabia que a palavra “cultura” vem de cultivo? E que “brincar” vem de vincular”? As educadoras Flora Barcellos e Lydia Hortélio ampliam nosso olhar sobre a cultura popular e fazem um delicioso convite de levá-la para a sala de aula, contribuindo com a construção de novas relações com o corpo e com o aprendizado. Confira AQUI.
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E para as crianças maiores, jovens e adultos?
Independentemente da faixa etária, sempre é tempo para se conectar com o próprio corpo. Ao ingressar no Ensino Fundamental e daí para a frente, a desconexão entre corpo e mente aumenta. Isso acontece porque os alunos passam cada vez mais tempo parados, sentados em suas carteiras – ou, durante o ensino remoto, sentados de frente para o computador.
Desse modo, o movimento deve ser incentivado no sentido de trazer presença ao corpo. Atividades assim também podem ajudar a espantar o cansaço e nos momentos de perda de concentração.
Sugerimos abaixo algumas práticas inspiradoras!
Caminhar meditando
Quando ouvimos a palavra meditação, na maior parte das vezes pensamos numa imagem associada à postura corporal sentada. Mas não necessariamente precisa ser assim.
A meditação em movimento, ou walking meditation, é um exercício que favorece a conexão com si mesmo e com o universo, trazendo a atenção para o momento presente. Na escola, essa prática pode ser realizada em grupo, com um convite a contemplação de um espaço ou trajeto. Uma breve caminhada de 5 minutos, realizada a passos lentos observando algo novo dentro do “velho conhecido”, pode contribuir para trazer abertura e leveza para a rotina, ajudando com o cansaço e a desmotivação.
Exercícios de relaxamento
Relaxar nem sempre é fácil, e dentro de um espaço coletivo como a sala de aula, fechar os olhos e mantê-los assim pode ser um desafio.
Por isso, uma música agradável pode criar um ambiente propício para a realização do exercício.
Procure planejar esse exercício com antecedência e experimente com você. Há muitas formas de fazê-lo e não há um certo ou errado. Pode ser como uma meditação guiada, em que vamos narrando uma cena agradável em um lugar agradável; pode ser apenas apreciando uma bela música enquanto observa as sensações que ela nos traz.
Sabemos que a rotina pode ser desgastante tanto para nós, quanto para nossos alunos. Momentos de relaxamento nos ajudam a dar aquele gás para o resto do dia ou da semana!
Exercícios de respiração
Assim como os exercício de relaxamento, quanto mais praticamos, melhor é o resultado!
Existem vários exercícios envolvendo a respiração, desde observar quais partes do corpo se mexem enquanto respiramos, até comparar a temperatura do ar quando entre pelas narinas e quando sai.
Um mesmo exercício pode ser repetido inúmeras vezes com objetivo de trazer um sentido de atenção e presença.
Na Jornada Mente, você encontra outros exemplos para se inspirar! Confira AQUI.
Um convite à prática
Você também acredita na importância do movimento para o aprendizado?
Comente aqui embaixo se você tem alguma proposta criativa que possa ser feita com os alunos para acordar o corpo. Pode ser um jogo de ritmo, coordenação, exploração sensorial… Pode usar música, dança, instrumentos, brincadeiras…
Deixe a criativa voar!
As propostas que chegarem serão organizadas e compartilhadas na Comunidade Vivescer, nossa rede social exclusiva para professores.
Brincadeira da cadeira, cobra seca, morto vivo são brincadeiras que movimenta o corpo o raciocínio tbm
Boa noite,gosto de brincar do morto vivo, brincadeira de roda e amarelinha que trabalhar o movimento corporal e raciocínio lógico
Gostei das dicas!
Acho ótimo já era fã agora vou colocar em prática ,o relaxamento do corpo e da mente é maravilhoso .
Sujestão .Cabeça ombro joelho e pé , movimentar todo corpo ,da música meu boneco de lata .
Uma brincadeira neste mesmo estilo é o mão na bola. Uma criança senta-se em frente a outra e uma bola entre elas, vc vai dando comandos tipo: mão na orelha, mão no joelho mão no cotovelo…e quando falar mão na bola ,o primeiro a tocar continua e o outro dá a vez para o próximo a entrar na brincadeira.
Sim é necessário o nosso corpo fala .
Dança / risadas/ ouvir as ideias das crianças elas solam risadas essa é um forma corporal. Exemplo : Professora como é ser gente grande? Meu pai fala cresce e apareça kkkkkk
Gosto de organizar a sala de aula em círculo, pois além de mais didático, torna o grupo mais intimo e posso ver todos ao mesmo tempo, o que nos lembra uma roda de amigos e assim os conflitos tendem a ser menos frequentes e o mais importante, nos igualarmos no ” tete-a-tete”, pois somos todos iguais, certo?
Perfeita sua colocação, em roda todos podem se olhar, aumenta a conexão do grupo e atenção uma vez que não precisam virar-se para ver ou falar com o amigo. Um abraço. Parabéns!
Adoro e ver as crianças brincando, as troca informações, as interações…
As atividades compartilhadas dos colegas, enriquece mesmo o nosso dia a dia.
Sim o corpo fala.
oi
Adoro e ver as crianças brincando, as troca informações, as interações…
Desenvolvi uma atividade com eles que amaram como estoura balão e outro foi venda no olho pra adivinhar qual era o colega que ele estava tocando
Quando eu era criança sempre brincava de uma brincadeira de roda assim”plantei um pé de alface a chuva quebrou o galho,plantei um pé de alface a chuva quebrou um galho, rebola chuchu rebola ,rebola se não eu Caio,rebola chuchu rebola rebola se não eu Caio” sempre faço com as crianças e elas amam.
Muito bom, gostei, vou começar a praticar com minha turma
Sim. Corpo e mente conectados.
Olá, fiquei feliz com esta matéria, já faço a algum tempo as práticas aqui sugeridas. Este ano estou com uma turma de mat2 crianças de 3 a 4 e diariamente na rodinha fazemos a prática do silêncio e da respiração, as vezes com música outras sem. Caminhamos na área externa vagarosamente imitando formiguinhas ou tartaruga e vamos observando as árvores, borboletas, as nuvens….e é maravilhoso como as crianças vão se organizando internamente . Parabéns pelo trabalho de vocês e muita gratidão.
Uma atividade que gosto é eles também é a leitura espontânea, intuitiva ou leitura de imagens. Sentados em roda, distribuo no tatame alguns livros para livre escolha, uma criança lê para as demais que também vão participando, dialogando com a fala do colega “leitura turma é de mat2, durante uma dessas leituras com o livro “Tem bicho que gosta” a criança que lia sugeriu que o animal estava triste, então perguntei: – como você sabe que ele está triste? Ao que ele respondeu: por causa do olho dele. Foi lindo demais ! Várias outras emoções acontecem em todos os momentos da leitura o que os acalma e os faz amar os livros e quere ler cada vez mais.
Boa noite, gosto muito de construir cordel usando o nome de cada aluno da turma, é maravilhoso como eles reagem ao momento e se supreendem com aquele momento como se fosse uma viagem para outro planeta.
Jogos didáticos e brincadeiras para promover a interação dos grupos em sala.