‘Precisamos cuidar da gente para cuidar dos outros’, afirma professor

Dente-de-leão

“Os professores precisam compreender que devem cuidar de si, porque a sala de aula precisa que eles estejam bem”. Essa é apenas uma das reflexões realizadas por José Souza dos Santos, professor de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental 2 da Escola Municipal Maria Dias Trindade, localizada em Paripiranga, na Bahia.

Há dois anos, José esteve presente ao lançamento da Vivescer, realizado em São Paulo (SP). Desde então, o professor já realizou duas das quatro jornadas disponíveis no site: emoção e mente. Cada uma conta com percursos formativos elaborados para apoiar a formação e desenvolvimento profissional e pessoal do docente.

Apontando caminhos

José conta que, na época em que conheceu a plataforma, estava desenhando o projeto “Vamos Conversar”, criado para ajudar os alunos a lidar com questões emocionais como ansiedade, estresse e depressão. Além de perceber que suas convicções estavam alinhadas com o que a plataforma propunha, o professor reforça que os percursos apontaram caminhos, possibilitando que ele percebesse como promover a integração de conteúdos, por exemplo.

“Nós vivemos em um modelo de educação em que é preciso promover a interdisciplinaridade. Então, se você quer trabalhar emoções em sala de aula, não é preciso criar uma disciplina para isso, mas realizar discussões sobre o tema nas aulas de português, matemática, geografia. Foi ótimo porque, dessa forma, não ficou um projeto fixo”, explica o docente.

José Souza dos Santos, professor de Língua Portuguesa e embaixador da Vivescer
José Souza dos Santos, professor de Língua Portuguesa e embaixador da Vivescer

A experiência rendeu frutos. Tempos depois, José criou o “Crônicas do Meu Lugar”. Como professor de Língua Portuguesa, propôs que os alunos escrevessem sobre as comunidades onde moram. “Quando produzimos textos autorais, acabamos falando sobre nós mesmos. E assim descobri que muitos estudantes sofrem com questões relacionadas à ansiedade e depressão.”

Apostando mais uma vez na conexão entre as diferentes áreas do conhecimento, José foi tocando o trabalho com estudantes e colegas de profissão, até perceber uma oportunidade de ampliar o projeto. “Depois de um tempo, percebemos que trabalhávamos com os alunos, mas esses voltavam de suas casas ‘desconfigurados’, porque a família também precisava ser envolvida. Assim, passamos a enxergar a plataforma de uma maneira mais integrada, possibilitando também o trabalho com os pais.”

Autoconhecimento

Para José, um dos pontos de destaque da plataforma é incentivar não só a formação do professor, mas seus cuidados pessoais. Na jornada “emoções”, ele destaca o percurso que ensina os docentes a fazerem meditação guiada. “Aprender a fazer automeditação me ajudou bastante porque sabemos o quanto isso acalma a alma e traz uma paz interior, além do autoconhecimento. O professor pensa que só tem o trabalho de sala de aula e assim esquece de si mesmo. Mas precisamos cuidar da gente para poder cuidar dos outros.”

Para o docente, a descoberta e exercício do eixo de autocuidado reflete-se no trabalho em sala de aula de maneira positiva. A solidão docente também é apontada como um desafio que a Vivescer ajuda a enfrentar. O educador destaca o fato de a plataforma abrir espaço para a troca de experiências e de conteúdos, considerando os diálogos e a criação de redes.

Fotos: 024-657-834/Pixabay e Arquivo pessoal

Respostas

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      1. Mariana e Vivescer, eu que agradeço o acolhimento de vocês. Vocês são incríveis.
        ❤️❤️

  1. Parabéns José, obrigada Vivescer! Espaço maravilhoso, a plataforma tem muito me ajudado a me reinventar enquanto ser humano.

    1. Ficamos muito felizes e agradecidos pelo seu comentário, Rosiane! ? E conte com a gente, sempre! ❤️

  2. Excelente o seu trabalho, Professor! Uma amiga, cansada de presenciar crises de choro de crianças de um quarto ano devido a problemas pessoais, decidiu propor um trabalho com diários a partir do filme “Diário de Anne Frank”, os alunos escreviam em seus diários expressando suas angústias vividas em uma comunidade muito carente e cheia de problemas familiares, o escrever era de certa forma uma catarse para elas além de aprenderem a empatia em relação aos problemas dos colegas, gerando um fortalecimento do senso de pertencimento àquele grupo e diminuição do bullying que foi bonito de se ver…

    1. Que iniciativa linda da sua amiga, Valeria! ? E ela está aqui na plataforma para compartilhar conosco essa experiência?! ☺️

  3. Excelente, José. Parabéns pelo projeto e pelas práxis educativas que você desenvolve e que eu sempre acompanho. Você i é um Professor que ama a Educação. Isso é que faz grande diferença dentro de uma escola e fora dela. És inspiração para muitos…