Como recuperar a sensação de pertencimento com a escola na volta ao presencial?

Confira 3 ideias práticas para resgatar o senso de pertencimento com a comunidade escolar e engajar alunos e professores na retomada das atividades presenciais

A volta ao presencial: sim, ela chegou!

Se de um lado podemos sentir alegria por ter contato direto com os alunos “olho no olho”, sentir a “temperatura” da sala de aula, o burburinho da escola, acompanhar o crescimento físico dos alunos e ver o quanto cresceram, do outro, temos medos, receios e desafios.

Todos viveram muitas experiências fora da escola. Desde crianças pequenas e grandes a jovens e adultos, ninguém saiu ileso da pandemia de Covid-19. E quando tudo que queremos é voltar à saudosa “normalidade”, o que temos é o “novo” também na escola: mesmo que ela seja a “velha conhecida”, quem a habita já não é a mesma pessoa.

Nem mesmo as formas de habitá-la são as mesmas… A sensação de pertencimento, aquela que faz nos sentirmos parte de algo importante para nós – como uma equipe, um time, um grupo, uma escola – se enfraqueceu ou se perdeu.

Pertencimento, uma necessidade humana

É importante lembrarmos que pertencimento é algo que se constrói, não nasce de um dia para o outro. O pertencimento é construído por vínculos afetivos, por experiências compartilhadas, por memórias e lembranças divididas…

Em turmas de crianças pequenas, é bem nítido quando está se formando a grupalidade. Quem já não estava em uma roda de atividade em que uma criança começa a bater os pés e todas a acompanham? É como se essa ação contagiasse o grupo, todos começam a repeti-la e vira uma “batucada” sem fim. Pode até mesmo atrapalhar a organização e desenvolvimento da atividade que está sendo realizada, mas por mais desafiador que seja para a gestão do professor, não deixa de ser um bom sinal: há um grupo nascendo.

E qual a relação entre pertencimento e grupalidade? Toda! Pois pertencimento significa pertencer a algo e, no momento, pertencer a um grupo, para muitas crianças, é algo que ainda não chegou a ser experienciado ou faz parte de uma memória muito distante.

Nas crianças maiores e jovens, o pertencimento está na forma de falar, vestir, nas músicas que se ouve, na expressão corporal, até mesmo nas simples escolhas do dia a dia. Se pertencer é uma necessidade humana, para os jovens ela é vital. Nessa brecha que se abriu, o distanciamento social e o distanciamento com os professores e com a própria escola repercutem no sentimento de pertencimento. Nesse caso, pertencer é sinônimo de engajar; “não pertencer” pode significar a desconexão dos jovens com a escola ou até mesmo uma ruptura sem volta.

Mas como agrupar, engajar e, aos poucos, voltar a ser parte da escola em meio aos tantos (e fundamentais!) protocolos de distanciamento? Não há fórmulas mágicas, claro. Afinal, cada contexto é único. Mas podemos dizer que há um caminho infalível: a conversa.

Abrir espaço para boas conversas e dar voz e vez a todos são passos cruciais quando queremos acolher, cuidar, conhecer, respeitar e formar seres integralmente. Quando dizemos “uma boa conversa”, queremos dizer algo que é bem mais do que um “bate papo”. Para fazer isso, há formas potentes e validadas por estudiosos da educação. Confira a seguir!

As assembleias escolares

As assembleias escolares não são uma novidade, mas podemos afirmar que sua prática pode ser ainda mais disseminada, principalmente no contexto atual em que vivemos.

A atividade consiste em abrir um espaço sistemático para uma prática democrática em que todos têm voz e vez para se debruçar em problemas ou questões que fazem sentido para aquele determinado grupo ou comunidade. Nela, o papel do professor é mediar, garantir do bom funcionamento e o cumprimento dos combinados compartilhados.

As assembleias são uma ferramenta fundamental para transformar a sala de aula num ambiente em que todos desejam viver e compartilhar, pois ela viabiliza a construção coletiva sustentada ao longo do tempo. Cada aluno envolvido tem a oportunidade de ver o resultado de suas ações e escolhas, podendo, a partir do que observa individualmente e do olhar dos colegas, tomar novas decisões que se desenvolvam no sentido do resultado esperado.

Desse modo, o exercício reforça algo crucial na formação de sujeitos autônomos e críticos: se há um problema, ele é de todos, e eu faço parte dele. E se faço parte, eu pertenço.

Ficou com vontade de ver mais de perto como uma assembleia escolar funciona? A Vivescer tem uma atividade dedicada a essa prática na Jornada Emoções. Confira AQUI.

Além disso, você também pode acessar a sequência didática sobre assembleias escolares no nosso Banco de Práticas. Hora de colocar a mão na massa!

O mapa sensorial como forma de conexão com o entorno

Você já ouviu falar em mapa sensorial? Diferente dos mapas convencionais, o mapa sensorial é um convite para vivenciar um mesmo espaço de uma nova maneira.

E que maneira é essa? Com os sentidos “ligados”.

Há muitas formas de construir um mapa sensorial, mas a experiência é de “corpo inteiro”. Ao vivenciarmos um espaço com essa abordagem, nos conectando com suas cores, texturas, aromas, com sua geografia, sons… O conhecido é descoberto.

Uma vez que esse processo de construção se dá na relação de cada um de nós com o espaço, um forte sentimento de pertencimento tende a emergir. São experiências singulares que, somadas, se fundem em um mapa sensorial de um grupo de alunos.

Construir um mapa sensorial é uma ferramenta potente para conectar ou reconectar os alunos com o espaço escolar ao seu entorno e, consequentemente, fortalecer o sentimento de pertencimento.

Quer orientações para fazer essa prática com sua turma? Confira a Jornada Corpo da Vivescer! Temos uma atividade exclusiva sobre os mapas sensoriais!

No nosso Banco de Práticas, também há uma sequência didática incrível para você se aprofundar no tema. Acesse por AQUI.

O empreendedorismo social como conhecimento de si, do outro e do mundo

Professor, existe algum problema da sua escola, bairro ou comunidade que pode ser transformado em uma oportunidade de aprendizagem para seus alunos?

Em um momento de distanciamento e vulnerabilidade individual e social, planejar situações que nos reconectam com o nosso entorno pode ser uma rica experiência para os estudantes, estimulando-os a proporem soluções que transformem a vida da comunidade!

Há muito o que cuidar ao nosso redor, muito a ser transformado, revivido, valorizado. 

Quer se inspirar em boas práticas transformadoras? Na Jornada Mente, você encontra exemplos e dicas para engajar os alunos em projetos de empreendedorismo social! 

Vale destacar que todos os nossos cursos são gratuitos e têm certificado de 32 horas. Confira!

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