‘Eu estou aprendendo a melhorar enquanto professora com a Vivescer’

Além de ajudar a melhorar sua relação com outros colegas professores, a plataforma Vivescer também apoiou Rita Vasconcelos a reavaliar suas próprias práticas profissionais. Coordenadora de uma escola pública municipal no Piauí e docente de língua portuguesa em uma escola da rede estadual, Rita conheceu a plataforma em 2019 por intermédio do professor José Souza, um dos pioneiros entre os embaixadores da Vivescer.

Assim como muitos outros professores, ela conta que a jornada sobre emoções, sua favorita, é uma oportunidade de enxergar situações cotidianas da vida docente sob outra ótica. “Essa trilha me pegou. Acredito que estava precisando muito desse conteúdo e a cada percurso que fazia, ia pesquisar ainda mais coisas para entender melhor aquele universo de informações que estava se apresentando a minha frente e que coincidiu muito com a realidade que eu vivenciava. A jornada te acolhe e faz você mergulhar em si”, explica.

Antes de trabalhar na gestão do ensino fundamental, Rita ministrava aulas para alunos do sexto ano e vivia um dilema quase cotidianamente: ao mesmo tempo em que diversos alunos tinham um desempenho exemplar em sua aula, outros não conseguiam acompanhar a turma, o que causava grande angústia.

Segundo a professora, foram as jornadas mente e emoções que lhe apresentaram novos conceitos, como no percurso estilos de aprendizagem. “Até então, eu entendia ritmo de aprendizagem como uma criança que tem mais facilidade de acompanhar e outra menos. Mas não é só isso. Estão envolvidas outras questões, como a forma com que o aluno aprende, quais atividades são mais acessíveis, como eu enquanto professora estou me sentindo e como levo o conteúdo para a sala de aula, com uma linguagem mais ou menos acessível e atividades que despertam ou não o interesse”, reforça.

Para a docente, os conteúdos e atividades das jornadas possibilitaram a compreensão de que o aprendizado acontece por diferentes perspectivas, e o professor tem a possibilidade de buscar múltiplas alternativas de fazer isso acontecer.

Empatia e diálogo lado a lado

A pandemia de Covid-19 fez com que aumentasse ainda mais a necessidade de diálogo entre gestores e professores, uma vez que o corpo docente precisa de apoio no contato e acompanhamento a distância dos estudantes. Nesse sentido, Rita explica que foram fundamentais os ensinamentos da Vivescer que falam sobre a importância de conversas, acolhimento e se colocar à disposição do outro.

“As jornadas me apoiaram muito na condução do diálogo com os professores na escola em que sou coordenadora, e dizer para eles ‘estamos aqui para apoiá-los’. Muitos querem, por exemplo, que os alunos respondam as tarefas sem atraso. Nesses casos, sentamos para conversar e explicar que o momento é diferenciado, que a situação que as crianças têm em casa não é a da escola, e que as aulas que estamos levando também não são as mesmas. A jornada emoções me ensinou muito sobre ter essa abertura para diálogo.”

Além disso, Rita também reforça que outros ensinamentos, como o sobre sistemas na jornada mente, também ajudam os educadores a desenvolver maior senso de empatia sobre como os colegas pensam e se posicionam. “Entender como eu reajo diante do colega e de suas proposições é fundamental, porque existem situações muito desafiadoras no cotidiano. Entender que as pessoas têm sistemas diferentes do seu e compreendê-los é fundamental para o diálogo.”

Nova professora em sala de aula

Não apenas sua prática enquanto coordenadora mudou a partir da realização das jornadas na plataforma, mas também sua forma de ensinar e de se portar enquanto professora. Rita conta que, há algum tempo, gostava de saber que os alunos não tinham domínio sobre todo o conteúdo e precisavam de sua presença para aprender. “Eu achava interessante ter o aluno perto de mim dizendo que não sabia alguma coisa. Eu me sentia importante, gostava de saber que o aluno dependia de mim. Apesar de sentir vergonha de ter pensado assim um dia, já aprendi a lidar com isso”, relata.

Atualmente, ela conta que constrói juntamente com os estudantes a melhor forma de visitar um conteúdo, de acordo com o que os próprios jovens expõem. Além disso, a professora explica que também mudou sua mentalidade no que diz respeito ao compartilhamento de aprendizados. Se antes guardava tudo o que aprendia para si, hoje entende e defende que os retornos sobre o que aprende são mais significativos à medida que divide com colegas.

“Quando os professores superam as minhas expectativas, fico contente e manifesto isso para eles. Aprendi a admirar os meus colegas, a olhar os detalhes e as miudezas em seu trabalho diário. Estou aprendendo a melhor enquanto professora com a Vivescer.”

Rita Ferreira Marcelino Vasconcelos mora em Castelo, município do Piauí. Licenciada em Letras Português/Espanhol, atualmente está cursando pedagogia, um sonho antigo. Pós-graduada gestão educacional em rede, hoje é coordenadora de uma escola pública municipal de ensino fundamental 2 e professora de língua portuguesa no ensino médio de uma escola da rede pública estadual do Piauí. “A sala de aula é o lugar onde eu quero morar a vida inteira, pois é onde me construo cotidianamente.”

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