Abordagens para resolver os conflitos que surgem na sala de aula

Mediação, diálogo e empatia são estratégias para adotar preventivamente e evitar desentendimentos entre os alunos

Duas meninas de costas uma para a outra, com os braços cruzados. Texto: Como resolver os conflitos entre os alunos?

Por mais que uma turma se conheça, é natural que debates mais acalorados – e até mesmo eventuais brigas – aconteçam, uma vez que o longo período distantes fisicamente da escola, de seus professores e colegas também impactou suas habilidades sociais. 

A boa notícia é que existem dicas práticas que podem ser implementadas para dar início à construção de uma cultura de paz na sua escola. 

Confira alguns caminhos a seguir.  

Escuta ativa enquanto prevenção

Uma das estratégias para evitar os conflitos é agir preventivamente, ou seja, ter um momento na rotina de aulas dedicado especialmente para que estudantes possam expor, sem julgamentos prévios, seus pensamentos e opiniões para o professor e os colegas antes de eventuais conflitos acontecerem.

Estimule o diálogo e empatia

Crianças e jovens muitas vezes baseiam seu comportamento naquilo que observam nos adultos ao seu redor. Por isso, é interessante que os educadores procurem assumir posturas de escuta, ouvindo com empatia o que os estudantes têm a dizer. Outra estratégia é evitar que eles falem todos ao mesmo tempo, respeitando a vez de cada um e ouvindo com atenção. 

Professor como mediador

Uma situação de conflito é uma oportunidade para o professor assumir um lugar de mediador. Nesses momentos, é interessante reunir os alunos envolvidos na discussão ou briga em questão e promover um processo de escuta. Cada aluno deve falar por vez, fazendo com que tanto o professor como o colega envolvido ouçam o que ele tem a dizer, inclusive como ele se sentiu durante o desentendimento. 

Os alunos que resolvem

Na dica anterior, quando o educador assume uma postura de mediador de conflito, o interessante é deixar que os alunos falem – evitando que isso aconteça ao mesmo tempo – e que, a partir do diálogo, encontrem a razão do desentendimento e o que pode ser feito de forma diferente para, da próxima vez, evitar uma situação de crise. Portanto, não se trata de levar uma solução pronta, e sim deixar que crianças e jovens criem esse caminho. 

Reflexão além do ‘pedir desculpa’

Antes mesmo de incentivar que os alunos troquem pedidos de desculpas após situações de conflito, é importante que o professor ou adulto envolvido na situação possa observar as oportunidades de aprendizado. A criança deve ser incentivada a refletir sobre seus atos e suas consequências, de que forma ela pode tentar corrigi-los e evitar que se repitam no futuro. 

Pesquisas e relatórios

Se as situações de violência ou discussões acontecem com frequência, a realização de pesquisas com funcionários e estudantes da escola para identificar as causas desse cenário pode ser interessante. Assim, os resultados podem mostrar algo que está passando despercebido e, a partir deles, a diretoria e coordenação podem organizar estratégias para chegar a soluções elaboradas coletivamente. 

Outra proposta é fazer um registro de cada ocorrência na escola e, periodicamente, resgatar essas fichas e estudar o que os conflitos ocorridos têm em comum. 

Combinados de convivência

Regras e combinados de convivência não são apenas para os mais novos. Esses acordos estão presentes também em muitos ambientes adultos. Por isso, uma ideia é reunir todos os estudantes no início do ano letivo e montar, de forma colaborativa, uma lista de regras a serem seguidas durante as aulas. A ideia é mostrar que algumas atitudes não devem ser encorajadas, enquanto outras, mais graves, não serão toleradas. 

Envolver toda a escola

Em muitos casos, os conflitos podem acontecer fora da sala de aula e em outros espaços da escola, como na hora do intervalo. Por isso, é importante que todos os profissionais da instituição – desde o diretor, o professor, coordenador, até os profissionais da cantina e de serviços gerais – também estejam cientes dos acordos e combinados de convivência. 

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