Recesso de julho pode ser usado para estudos e descanso, com equilíbrio

Professora (30 anos em média) deitada na cama abraçada com seu gato de estimação, de fones de ouvido ouvindo músicas do celular.

Especialista traz recomendações para otimizar o tempo e encontrar momentos de descontração e criação de novos hábitos 

Descansar ou estudar? Planejar ou desconectar? Essas são algumas dúvidas que podem rondar a mente dos professores durante o recesso de julho. Esse momento definido como o intervalo entre o primeiro e o segundo semestre letivo é uma oportunidade tanto para estudantes como para educadores recarregarem as baterias para novas experiências a partir de agosto. 

Entretanto, existem aqueles que desejam dedicar esses dias longe da escola para novos cursos e planejamento de atividades. Segundo Daniela Degani, fundadora da MindKids, é possível combinar momentos de descanso e de aprofundamento, desde que exista um equilíbrio. 

O período de recesso pode ser usado, por exemplo, para a criação de novos hábitos de autocuidado, sempre tendo em mente a importância do foco – ou seja, não colocar muitas atividades em prática de uma vez -, e a definição de metas realistas. Confira a seguir um bate-papo, no qual Daniela dá dicas sobre como aproveitar esse momento. 

Vivescer: O recesso escolar é importante somente para os estudantes recarregarem as energias para um novo semestre? 

Daniela: Os alunos se beneficiam desse espaço entre o primeiro e o segundo semestre letivo, mas é importante que os professores também tenham esse momento de respiro. Em geral, os professores não estão na escola nesse período, apenas outras áreas como administrativo, assistentes e a gestão. Esse intervalo pode ser usado para fazer melhorias no espaço físico escolar, que fica mais difícil quando os estudantes estão presentes, ou também pode ser usado para cursos para as pessoas que estão na escola. Eu mesma, por exemplo, vou ministrar um curso de meditação para educadores essa semana em uma escola de São Paulo. 

Vivescer: É possível falar no que é mais indicado: se professores devem dedicar o período das férias para se aprofundar no tema da educação ou devem desconectar e descansar? 

Daniela: Talvez todos os profissionais tenham esse dilema de enxergar as férias como um período ‘off’ ou de oportunidade de aprofundamento e aprimoramento. Não acho que exista uma resposta válida para todos, depende do contexto de cada um. Na minha opinião, é importante balancear. Ou seja, mesmo que a pessoa escolha estudar, se matricular em um curso, ler um livro sobre educação, deve reservar um tempo das férias para outras atividades. É uma decisão pessoal, que tem a ver com como nós estamos internamente, nossa mente, nossas emoções. 

Vivescer: Qual é a importância desse equilíbrio que você citou? 

Daniela: Muitas vezes, passamos muito do nosso tempo investindo energia em atividades. Esse momento de recesso pode ser uma excelente oportunidade para que nos cuidemos. É importante cuidar de quem cuida dos outros, não podemos esquecer disso. 

Vivescer: Considerando o contexto atual, de volta às aulas presenciais depois de dois anos de escolas fechadas e aulas híbridas, qual é a importância do autocuidado docente? 

Daniela: Pesquisas mostram que a categoria de cuidadores, onde professores e educadores se encaixam, é uma das que menos se cuida. Existe uma inclinação natural em direção ao cuidado do outro, e muitas vezes nos deixamos em segundo plano. Mas é extremamente importante que o educador esteja bem equilibrado para encarar esse segundo semestre. Tivemos um primeiro semestre muito desafiador, com crianças que perderam habilidades que já tinham sido desenvolvidas. Isso se traduziu, em muitos casos, em ambientes educacionais mais desafiadores. 

Vivescer: Quais práticas de autocuidado podem ser realizadas pelos educadores? 

Daniela: Cada pessoa tem seus rituais e preferências. É importante ter momentos para se dedicar a algo que se gosta. Seja um hobby como cozinhar, costurar, ler, fazer caminhadas, ou até mesmo se dedicar a um novo hábito. Dentro da sua rotina, é possível avaliar quais aspectos estão saudáveis e quais podem ser melhorados para cuidar do bem-estar. 

Vivescer: Quais são algumas dicas para esses novos comportamentos ou hábitos que podem ser desenvolvidos durante o recesso? 

Daniela: Eu diria que existem três passos para estabelecer uma rotina de autocuidado: 1. priorizar, ou seja, escolher no máximo uma ou duas coisas. Se decidir por uma alimentação mais saudável e uma atividade física, foque nisso; 2. ter metas realistas. Se optar por meditação, é muito provável que estabelecer 40 minutos diários não seja viável, mas de cinco a 10 minutos seja mais possível; 3. sempre lembrar qual é a sua motivação para fazer aquilo, porque é aí que entra o elemento disciplina. Hábitos levam tempo para serem incorporados à rotina, cerca de 21 dias segundo alguns estudos. As férias são um ótimo período para isso.

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