Comunicação Não-Violenta: o que é e como aplicar nas suas aulas?
Práticas simples podem ser incorporadas na rotina para promover mais respeito e empatia na escola
A comunicação é um elemento central das relações humanas, independente do grau de conexão entre as pessoas. Muito se fala que diálogos são poderosos no sentido de resolver desafios e promover avanços. Para que isso realmente aconteça, é necessário que as pessoas escutem e também sejam escutadas, um processo que envolve atenção, respeito e empatia.
Esses são, inclusive, alguns dos princípios básicos da comunicação não-violenta (CNV). Criado por Marshall Rosenberg, um psicólogo norte-americano, o conceito pode ser aplicado em todos os ambientes com o objetivo de trabalhar as relações entre as pessoas e a resolução de conflitos.
O conceito da Comunicação Não-Violenta
Yuri Haasz, instrutor brasileiro certificado pelo Centro Internacional de CNV, explica que existem várias definições para a comunicação não-violenta. Uma delas diz respeito a uma mudança dos chamados sistemas de dominação para os sistemas de parceria, isto é, uma transformação do modelo cultural e mental de como as pessoas pensam, processam e vivem as relações em sociedade.
“Uma relação de dominação consiste em uma pessoa que manda e outra obedece, já as relações de parceria são pautadas em colaboração, cooperação e consideração pelas necessidades de todos. A CNV ajuda a nutrir relações mais sustentáveis, satisfatórias e felizes, pois trocamos as relações baseadas em medo, punição e castigo por relações embasadas na contribuição mútua, confiança e segurança”, completa Sandra Caselato, psicóloga e especialista em CNV.
Dessa forma, existe uma conexão direta entre CNV e cultura de paz, no sentido de promover a ideia de que violência não é uma forma aceitável de lidar com conflitos. “Existe toda uma ressignificação de conflitos e da forma como trabalhamos com eles. Os conflitos são importantes, pois estão sinalizando que algo precisa de cuidado. No DNA da transformação das relações de dominação para cooperação, parceria e inclusão, existe um olhar empático para si e para os outros”, defende Yuri.
CNV não é só comunicação
Apesar do nome, a CNV não se restringe à comunicação. Para Yuri, mudanças de pensamento podem afetar a forma com que as pessoas se comunicam e vice-versa: a transformação de elementos de comunicação também reverbera na forma como pensamos. “Quando a nossa compreensão de uma situação, de nós mesmos ou do outro muda, há uma repercussão disso na comunicação.”
Por isso, mais do que enxergar a comunicação não-violenta como um processo estruturado ligado exclusivamente à comunicação, como é comum encontrarmos quando pesquisamos sobre CNV, os especialistas defendem a perspectiva de que ela é um modelo que ultrapassam apenas a forma como as pessoas se relacionam em seus debates. “A CNV é uma forma de estar no mundo, de viver e de ter uma perspectiva sobre as relações”, afirma Sandra.
Comunicação Não-Violenta na escola: é possível?
Se falar na transformação de relações verticais para horizontais, baseadas em colaboração e parceria, parece algo complexo a ser trabalhado com crianças e jovens, os especialistas garantem que é exatamente o contrário. Apesar de ter mais prática no trabalho com adultos, Yuri e Sandra revelam que se surpreenderam nas oportunidades em que trabalharam com crianças.
“Eu fiquei com a impressão que é mais fácil trabalhar com as crianças. Elas são mais flexíveis, abertas e adaptáveis, e aprendem rápido os princípios de empatia e os benefícios de agir dessa forma”, explica Yuri.
“Socialmente, nós vamos desaprendendo essa compaixão e conexão natural que temos desde criança. Essa tendência a querer ajudar, se conectar com o outro e estar mais conectado consigo mesmo, com seu corpo e sentimentos, é algo inato. Uma educação que ajude a fortalecer isso que já temos dentro de nós pode ser maravilhosa”, entende Sandra.
A psicóloga defende que é necessário refletir sobre a importância da escola na sociedade e como a instituição pode reforçar relações de imposição e dominação, ou pode promover relações transformadoras que incentivem o potencial de cada pessoa. “A escola pode levar as pessoas a se encaixarem em uma vida de obediência sem sentido ou pode ajudá-las a desenvolver seu pleno potencial e fazer coisas que tem sentido não apenas para si mesmas, mas como uma contribuição para a sociedade como um todo, com mais satisfação.”
Yuri completa ao defender que repensar os papéis que cada um assume dentro de uma organização, seja no trabalho ou na escola, por exemplo, pode ajudar na criação de conexões mais verdadeiras e em novas relações de confiança e de segurança psicológica, o que não abre espaço ao medo de errar e de se expressar.
Como fazer?
O trabalho com a comunicação não-violenta em sala de aula pode ser incorporado na rotina do dia a dia para aqueles que desejam uma iniciação no tema. Uma das indicações de Yuri e Sandra é a realização do check-in. Prática já adotada em universidades e até mesmo em empresas, consiste em uma rodada – que pode ser breve ou mais aprofundada – para que cada um fale como está se sentindo naquele dia.
A dinâmica pode começar com o próprio professor, que, ao trazer algum nível de vulnerabilidade em sua fala, pode encorajar os estudantes a fazer o mesmo. “Conforme isso se transforma em uma prática, no início das aulas ou atividades diárias, as relações entre as pessoas podem mudar, pois cria-se a possibilidade de que se vejam mais como pessoas, resgatando essa humanidade. É um retorno à conexão consigo mesmo e com a possibilidade de ouvir o outro mais profundamente”, reforça Sandra.
“Isso não é uma prática diretamente de CNV, mas ativa vários princípios fundamentais da comunicação não-violenta, como estar presente, escutar o outro e se conectar internamente, porque quando vou falar como estou, preciso olhar para dentro, coisa que raramente somos convidados a fazer”, completa Yuri.
Outro ponto importante é que os professores procurem estabelecer um ambiente de conexão e abertura com os estudantes. Esse fortalecimento da relação humana tem influência direta sobre o processo de aprendizagem, que é um processo complexo, alimentado por elementos afetivos, cognitivos, em que os estudantes, na interação com os professores e com seus colegas, constroem sentido sobre o mundo.
Para os especialistas, não se trata de afirmar que as pessoas estão fazendo algo errado, mas sim que estão agindo da forma como foram ensinadas durante a vida toda, e é isso que precisa ser mudado. “Precisamos mudar a cultura: transformar um jogo de competição, em cooperação, apoio mútuo”, explica Sandra.
Uma das belezas da CNV é propor uma solução ética e respeitosa para impasses, conflitos e enfrentamentos.
Fique por dentro
No módulo Experiências Cognitivas, do curso Mente, você pode encontrar uma atividade exclusivamente dedicada à comunicação não-violenta nas escolas. Saiba mais e inscreva-se!
O diálogo ainda é a melhor maneira de resolver os conflitos dentro da sala de aula. O saber diferenciar ouvir de escutar é necessário para que as partes ( docente, aluno, aluno) , resolvam os conflitos gerados dentro da sala de aula.
O diálogo é a unica maneira de resolver um conflito de maneira saudável.
Uma roda de conversa com um diálogo bem democrático e respeitoso pode abrandar muitos casos antes que a violência se instaure.
Saber relacionar-se socialmente é uma necessidade humana, no entanto, um dos principais desafios do professor na atualidade é gerir conflitos em turmas tão heterogêneas. Afetar com afeto nunca fez tanto sentido.
Todos os conflitos devem ser gerenciados com diálogos ouvindo ambas as partes,pois, é a única maneira de conseguir chegar numa resolução justa e coerente.
O diálogo sempre é a melhor solução para resolver conflitos.
A linguagem é uma grande ferramenta para evitar conflitos e ter um olhar observador diante das situações.
SÓ O DIÁLOGO PODE RESOLVER CONFLITOS.
Compaixão, respeito, solidariedade e diálogo são ingredientes importantes para o bom desenvolvimento de uma sociedade saudável.
Quando o aluno percebe que é realmente importante para o Professor, que não é apenas um número na chamada, mais um na sala, criasse um ambiente de empatia e respeito, mesmo nas adversidades a escuta ativa, o diálogo sempre serão o melhor caminho para a solução de conflitos.
O diálogo estimula a reflexão, contribui para a resolução de problemas.
Nem sempre é fácil passar esses conceitos para as crianças, temos que continuar criando caminhos para que haja a empatia.
O diálogo é a melhor maneira de solucionar conflitos dentro e fora da sala de aula.
O diálogo realmente é a melhor maneira para se resolver conflitos dentyro e fora de sala de aula.
Aprender a ouvir, para depois falar, questionar.
O diálogo pode promover reflexão e harmonia em sala de aula.
Como já diz o ditado: “Quem não se comunica se trumbica.”
O professor deve ser imparcial, agir com calma e cautela e através do diálogo levar os envolvidos a reverem e refletirem sobre seu atos.
Humanizar as relações cria e fortalece os vínculos.
Dialogar é muitíssimo importante nesse momento, toda de conversa
O diálogo é a ferramenta essencial, para um bom convívio entre seres humanos, mas o grande desafio é conseguir falar e ser escutado, pois a rotina intensa as vezes nos leva a ouvir e não escutar, ou seja, são somentente palavras soltas, que se perdem antes de chegar aos ouvidos do próximo.
O diálogo e a imparcialidade sempre foram e continuam sendo a melhor maneira de resolver conflitos.
Acredito que um diálogo aberto sem rodeios que mostre a necessidade de ouvirmos e entendermos os motivos dos outros ainda e um bom condutor de empatia.
O diálogo e conhecimento da pessoa que é o aluno tem um papel importante para que se construa um laço entre professor e aluno, pois através do sentimento a criança adquire confiança e com o professor estimulando auto estima da criança.
O diálogo continua sendo a melhor maneira de lidar con os conflitos.
Ser professor, é ser sujeito transformador.