Desafio nas escolas: apenas 11% dos professores acreditam que alunos vão aprender o esperado no ano

Pesquisa do Instituto Península revela preocupação dos educadores com aprendizado dos alunos e saúde emocional 

Apesar das aulas presenciais em algumas cidades terem voltado em 2021, foi no primeiro semestre de 2022 que o retorno passou a ser adotado oficialmente pelas redes municipais, estaduais e particulares de ensino do país. Para entender como se deu essa transição do virtual para o presencial, o Instituto Península realizou um estudo intitulado ‘’Retrato da Educação pós pandemia: uma visão dos professores’’, que apresentou resultados inéditos sobre os primeiros seis meses de ensino em 2022. 

Aproximadamente mil educadores de todo o Brasil foram ouvidos. A pesquisa aponta que uma das maiores preocupações dos professores é a aprendizagem dos estudantes. Do total de educadores entrevistados, 92% concordam total ou parcialmente que os alunos apresentaram dificuldades de concentração no primeiro semestre do ano letivo. Quando questionados sobre como avaliam o estudo dos alunos neste primeiro semestre, 89% dos professores creem que eles não conseguirão cumprir com o esperado para o ano letivo de 2022. 

Além disso, o estudo demonstra as dificuldades relacionadas às relações interpessoais: 73% dos professores notaram que os estudantes têm apresentado dificuldade no relacionamento com os professores ou com os colegas de sala de aula. 

Segundo Heloísa Morel, diretora executiva do Instituto Península, é importante ter um olhar atento a fim de reverter este cenário. ‘’Estes jovens necessitam ser acolhidos de forma que estejam seguros para desenvolverem as competências que a escola tem a lhes oferecer. Para isso, é fundamental que os professores também passem por um processo de acolhimento para que, assim, estejam mais preparados para lidar com o novo contexto pós-pandemia dentro das salas de aula de todo o país”, explica.

Nesse contexto, para lidar com as questões emocionais dos estudantes, algumas escolas têm tomado medidas para amenizar os efeitos causados pelo período do ensino remoto e o pós-pandemia. Dos professores entrevistados, 43% lecionam em escolas que estão realizando rodas de conversa, 37% em escolas com espaços de escuta individual, 36% em escolas que estão oferecendo apoio psicológico e 30% em escolas que estão desenvolvendo redes de suporte multidisciplinares para ajudar seus alunos. 

Os números são ainda mais baixos quando se referem ao acolhimento dos professores. Dos docentes ouvidos, 37% deles disseram trabalhar em escolas que fazem rodas de conversas com os educadores, mas somente 21% atuam em escolas que ouvem os professores individualmente e 10% em escolas que contrataram profissionais para oferecer apoio emocional ou psicológico para seus funcionários. 

Sobre a quantidade de trabalho, o percentual de professores que se sentem sobrecarregados aumentou de 35% em maio de 2020 para 60% em julho de 2022.

Confira a entrevista de Heloísa Morel, Diretora Executiva do IP,

sobre os desafios da volta às aulas presenciais. Clique aqui.

Acolhimento na escola

A pesquisa do Instituto Península evidencia que a cultura do acolhimento e do bem-estar é de grande importância para a comunidade escolar no momento. 

Pensando nisso, a Vivescer preparou um curso, gratuito e com certificado, voltado para professores do ensino básico, sobre Acolhimento e Bem-estar na sala de aula. Para acessá-lo, clique aqui

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