Como incentivar o hábito de leitura entre os alunos: conheça a leitura dialógica 

Propostas inovadoras podem mudar a relação dos estudantes com os livros e apoiar o desenvolvimento de habilidades como escrita e argumentação 

Praticar a leitura envolve mais do que cumprir uma lista de livros clássicos a serem lidos durante o ano letivo. Tratar e incentivar a prática literária desde cedo também significa ensinar os estudantes a compreenderem o mundo que os cerca.

A leitura, inclusive, dialoga diretamente com a comunicação, uma das dez competências gerais da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Essa competência busca desenvolver nos alunos a capacidade de se expressarem e partilharem informações, experiências, ideias, sentimentos e produzirem sentidos que levem ao entendimento mútuo, utilizando diferentes linguagens. 

Na semana que celebramos o Dia Nacional do Livro (29/10), a Vivescer apresenta dicas para a escola e a família estimularem o hábito da leitura entre as crianças. Mostramos que é possível adotar a leitura não apenas dentro das áreas de linguagens, nas aulas de Português e Literatura, mas também como ferramenta de suporte na compreensão de conteúdos! 

Confira algumas sugestões abaixo. 

Conteúdos interessantes

Antes de mais nada, é necessário pensar em conteúdos interessantes. Quem nunca abandonou um livro da lista de leituras obrigatórias da escola pela metade? Alguns alunos até mesmo desenvolvem aversão à leitura por conta de algumas obras que não são indicadas para sua faixa etária. 

Por isso, é importante que a temática abordada desperte o interesse da criança ou jovem e que o educador tenha uma intencionalidade pedagógica com aquela proposta – que pode, inclusive, ser compartilhada com os estudantes para que a leitura faça mais sentido e a turma compreenda a importância e o motivo para se engajar com aquela obra. 

A importância da configuração da sala de aula

Diversos especialistas em educação já afirmaram repetidamente que a organização mais tradicional da sala de aula – alunos enfileirados e o professor à frente – não é uma das estratégias mais eficazes em termos de aprendizado. 

Dessa forma, considerando que o ambiente físico comunica as intenções do professor e influencia o modo como os próprios professores e os estudantes se sentem, pensam e se comportam, uma alternativa é usar novas configurações em sala de aula. 

Um trecho do livro “Gestão da Sala de Aula”, de Carol Simon Weinstein e Ingrid Novodvorsky, explica que o planejamento cuidadoso do ambiente físico é uma parte integrante da boa gestão em sala. “Ao planejar uma aula, considere os propósitos dela e pense na melhor maneira dos alunos interagirem entre eles e com você. Inclua-os nessa tomada de decisões, eles podem contribuir com soluções de alguns problemas de espaço. Lembre-se que a forma como organizamos a sala de aula comunica o que e como os alunos podem aprender.” 

Sendo assim, as leituras podem acontecer em pequenos grupos ou em um grande círculo na sala, no pátio ou até mesmo no teatro da escola (se houver) para o caso de livros no formato de peças, por exemplo. Vale lembrar que, ao organizar a sala, o professor deve ter em mente que a configuração do espaço deve ser funcional e condizente aos seus objetivos para aquela aula, bem como promover segurança e conforto aos estudantes. 

Propostas inovadoras

Inovar não só na configuração da sala de aula, mas também nas próprias propostas pedagógicas envolvendo as leituras pode representar um novo caminho de aprendizagem, ajudando o desenvolvimento integral dos estudantes. 

Uma opção são as tertúlias dialógicas literárias. De forma simplificada, tertúlia significa uma reunião, um agrupamento. Logo, tertúlias dialógicas literárias são momentos de reunião entre os estudantes durante os quais eles podem debater sobre diferentes obras que leram, expondo suas percepções e opiniões. Abre-se, então, um leque de possibilidades: entrar em contato com os pensamentos e repertórios do colega, desenvolver o vocabulário e a capacidade de argumentação, entre outras. 

O educador mediador deve ter o cuidado de dinamizar o momento e, ao mesmo tempo, assegurar o diálogo igualitário, ou seja, possibilitar que todos sejam ouvidos. 

Em linhas gerais, a turma deve se reunir com a obra a ser discutida. Os alunos devem se voluntariar para ler pequenos trechos do capítulo combinado, como um ou dois parágrafos. Em seguida, o próprio aluno que leu pode fazer comentários sobre o trecho, assim como os colegas, dando início ao debate. 

Outra opção é que o professor mediador indique um intervalo de páginas a serem lidas em casa e, na sala de aula, realize a tertúlia com os estudantes. Assim, o educador anota a ordem dos alunos que desejam falar e, um por vez, eles comentam o trecho que quiserem. 

Além de ser um projeto relativamente simples, as tertúlias têm efeitos disseminados em inúmeras frentes pedagógicas. Além de melhorar na leitura, alunos passam a escrever melhor, além de as narrativas também ajudarem na imaginação, criatividade e argumentação. 

Essa configuração de atividades é uma forma de colocar os alunos em contato entre si, de abrir um espaço seguro e livre de julgamentos para que todos possam expressar o que pensam e realizar conexões e paralelos entre os temas abordados nas obras lidas e os acontecimentos de suas vidas. Além disso, também é um momento de desenvolvimento de competências socioemocionais como a empatia, a partir da identificação com o que o colega falou, e do respeito. 

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Qual foi o último livro que você trabalhou com a sua turma? Você recomenda essa leitura? Deixe um comentário abaixo compartilhando essa experiência!

Respostas

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  1. O último livro que estamos estudando : MALALA – A menina que queria ir a escola.Um excelente livro, apresenta uma menina que não desistiu de seu sonho de estudar. É a mais nova a ganhar o prêmio nobel da paz.

  2. O último livro que trabalhei foi Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque. Acho excelente, com atividades bem interessantes e diversificadas que eu mesma elaborei!