Ideias para conversar sobre autoestima e padrões de beleza com a sua turma
Saiba como questionar os estereótipos vinculados à imagem corporal e confira sugestões para abordar o tema na sala de aula
Dentro e fora das escolas, temos lidado com uma série de problemas que envolvem a autoestima das pessoas, principalmente em relação à aparência. Uma das razões para isso estar acontecendo com tanta frequência é a construção midiática sobre o corpo, como se houvesse um padrão de “corpo ideal”. Entender como esse contexto nos afeta e afeta os nossos alunos é fundamental para a construção de um ambiente saudável na escola, em que todos se sintam bem consigo mesmo e possam expressar suas diferentes belezas e talentos.
As pressões estéticas e as concepções do “corpo ideal” afetam cada vez mais crianças e jovens, que estão diariamente cercados de estímulos: seja nas redes sociais (Twitter, Instagram, Facebook, YouTube e TikTok), na televisão, em revistas ou até mesmo entre os colegas na escola.
Mas como tudo isso pode ser debatido nas escolas?
Para começar essa conversa, professores devem ter em mente que questões relacionadas à imagem não são uma exclusividade de meninas, e também afetam meninos! O assunto pode (e deve) ser trabalho com a turma toda!
Também é interessante que os educadores procurem entender que, principalmente na adolescência, existem vários motivos que podem deixar os jovens inseguros com relação à própria imagem: cabelo, espinhas, aparelho dentário, pelos, peso, gênero, orientação sexual, deficiências, roupas… Por isso, sensibilidade nunca é demais.
O corpo ao longo do tempo
Uma atividade que pode ajudar a colocar em perspectiva a existência de um “corpo ideal” é propor uma pesquisa de pinturas e esculturas que retratam a imagem das pessoas ao longo do tempo. A partir disso, os alunos podem debater o padrão de beleza de cada uma das épocas, considerando o contexto histórico, social e cultural vigente.
Por exemplo: se na Grécia Antiga havia um culto por corpos fortes entre homens e mulheres, em outras épocas o ideal eram corpos gordos, por serem sinônimos de poder, fartura e abundância.
O “corpo ideal” nas mídias dos estudantes
Outra forma de promover uma reflexão sobre padrões de beleza é orientar que os estudantes façam um mapeamento dos conteúdos que consomem nas mídias digitais. Quem são essas pessoas? Como elas são? Quais são suas principais características corporais? Sobre o que elas falam? Por que os alunos acompanham esses perfis?
Em seguida, a reflexão pode passar das mídias para os espaços de convívio dos jovens. Ao observar os contextos e grupos com os quais interagem, os alunos têm a oportunidade de analisar quais ideais de corpo são mais aceitos e valorizados e quais não são.
A ideia é entender se os estudantes percebem os padrões, se sentem que isso os afeta de alguma maneira, o que pensam sobre pressões estéticas, entre outros pontos.
Representatividade
Um ponto importante de toda essa discussão gira em torno da representatividade. Se crianças e jovens começam a questionar seus corpos após acompanhar perfis que reforçam os padrões estéticos, um caminho é preencher esses espaços com outras vozes.
Um exemplo de pessoa pública que advoga pelo respeito e representatividade corporal é a cantora Rihanna. Além de ter uma marca de maquiagem com tons de base para todas as cores de pele, ela também criou uma linha de roupas íntimas com tamanhos que variam do XS ao XXXL, com desfiles protagonizados por pessoas de diferentes gêneros, cores, tamanhos e cabelos.
A um clique de distância, as próprias redes sociais estão repletas de mais exemplos de pessoas que discutem os diferentes corpos e seus processos de reconhecimento, aceitação e empoderamento. A Vivescer listou abaixo alguns perfis que podem ser consultados pelos professores para referências sobre como discutir orientação sexual, transsexualidade, racismo, gordofobia, transtornos alimentares e de imagem, garantia de direitos de pessoas com deficiência (PCDs), capacitismo, empoderamento feminino, entre outros.
- Ivan Baron: Autor do e-book “Guia Anticapacitista”, Ivan discute direitos de pessoas com deficiência e capacitismo e usa sua página no Instagram para registrar o dia a dia de uma pessoa com deficiência.
- Paola Antonini: Paola usa seu Instagram para mostrar que usar uma prótese – em função de um acidente de carro que obrigou a amputação de uma perna – não a impede de praticar exercícios físicos e viajar pelo mudo.
- Alexandra Gurgel: Com mais de um milhão de seguidores, Alexandra fala sobre empoderamento feminino, corpo livre, gordofobia e padrões de beleza impostos pela sociedade e suas consequências.
- Caio Revela: Em mais de mil publicações no Instagram, Caio compartilha cliques debatendo corpos gordos e divide com seus seguidores frases e comportamentos gordofóbicos e lgbtqfóbicos que devem ser abolidos.
- Gabi Oliveira: Formada em Comunicação Social, a produtora de conteúdo debate sobre estética negra e relações raciais na internet.
Fique por dentro
Na Jornada Corpo, a Vivescer reflete sobre a dimensão cultural do corpo, mostrando caminhos para trazer a representatividade dos diversos corpos existentes para sua sala de aula!
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Nossa escola a maioria dos estudantes são pretos, porém na matrícula, somente 2 pais de estudantes os declararam negros. A maioria se considera parda.
Tenho uma aluna de 4 anos que é a única criança negra da turma e está em conflito com a autoaceitação. Queria dicas de como ajudá-la.
Gostaria de saber como faço para me inscrever, todo curso feito ajuda ampliar meus conhecimentos
resantana84@hotmail.com
Eu vivenciei o preconceito na pele, sei o quanto isso me limitou em vários aspetos e, por esse motivo desejo me preparar para que possa atuar da maneira mais adequada nas escolas em que trabalho, empoderando nossas crianças
Muito importante trabalhar isso na educação.
O nome da minha escola não aparece, pois fica na zona rural. Mas ela faz parte da rede municipal de ensino. Escola Municipal Agrícola