10 lições do filme Professor Polvo para o ambiente escolar

Este fascinante documentário, ganhador do Oscar da categoria de 2021 e disponível na Netflix, conta a história do cinegrafista sul-africano Craig Foster. Em um momento de vulnerabilidade, quando sua profissão deixa de fazer sentido, Craig se lança às águas geladas da costa africana dia após dia com sua câmera em mãos. Nessa jornada, a plenos pulmões, encontra um grande professor – um polvo. Na medida que o tempo passa, uma conexão inesperada se estreita entre os dois e aos poucos se transforma em uma relação afetiva. Mas o filme é muito mais do que o contato do homem com a natureza, e suas lições podem ser aplicadas no ambiente escolar para melhorar as relações que ali se estabelecem. Quer ver? Confira 10 lições do filme Professor Polvo.

1)      Rótulos e Preconceitos

Quando poderíamos supor que um polvo tem algo a nos ensinar? Quando compreendemos que não há rótulos nem preconceitos. Com os alunos não poderia ser diferente. Sempre há o bagunceiro, o descomprometido, o responsável, o engraçado, o sabido e assim por diante. Esses adjetivos podem ser uma carga muito pesada a ser carregada, ainda mais para os alunos, que estão em plena formação. Romper com esses ciclos repetitivos não é nada fácil, mas é fundamental. Os alunos, estão se constituindo como sujeitos individuais e sociais, dar a chance de poder mudar o que não contribui para o desenvolvimento e bem estar de qualquer ser, deve ser prioridade da escola.

2)      Interesse genuíno em conhecer o outro.

Durante seus mergulhos, Craig registra com sua câmera e olhar atento cenas incríveis de sua excêntrica amiga (trata-se de um polvo fêmea) e passa a pesquisar sobre os polvos quando está fora da água. Descobre que muitas das suas percepções e registros são mais amplos e profundos que os artigos científicos que encontra a respeito. E não é assim com o professor? Que observa atentamente cada um de seus alunos e descobre seus interesses, suas potências e necessidades… Muitas vezes superando especialistas em educação que ficam distantes da sala de aula. Esse interesse genuíno e aberto, pode ser a chave para romper com os rótulos e preconceitos.

3)      Somos parte da Natureza

Onde há vida, há conexão. A Natureza não está a nosso serviço, somos parte dela. E entender-se dessa forma não é algo que se dê naturalmente, é na relação com o entorno e com pessoas que compartilham dessa visão de mundo que podemos nos ver assim. A sustentabilidade da vida no planeta está atrelada a essa visão. Quando trazemos projetos interessantes sobre o meio ambiente e ele é pauta sistemática do trabalho realizado, investimos nessa conexão.

4)      Vulnerabilidade

Se tem algo presente no filme Professor Polvo é a vulnerabilidade. Está em Craig Foster, que perdeu o sentido naquilo que faz, está no polvo, que chega a perder um tentáculo em uma luta pela própria vida. Lidar com a própria vulnerabilidade e com a dos outros é um movimento importante para que, em um processo cuidadoso, ela possa ser acolhida.

5)      Relação com a família

A relação com a família coroa o fim desta bela história. A incrível experiência do pai, Craig Foster, acaba por envolver seu filho, que passa a acompanhá-lo nos mergulhos gelados pelo recife. Na escola também é assim, o apoio familiar faz toda a diferença na educação dos alunos. Por vezes essa relação família-escola traz tensões, não é de hoje. Podemos dizer inclusive que é histórica. Mas quando acontece de forma a somar forças, é uma aliança insuperável.

6)      Relações equitativas

Para estabelecer uma relação verdadeira, é preciso abertura. Craig não usa tanque de ar, apenas seus próprios pulmões, não usa roupa de neoprene, leva apenas sua pele e se adapta ao ambiente. É com esta inteireza que se abre para o encontro com o outro. Essa abertura para o diferente é fundamental na escola, não apenas na relação professor-aluno, mas em todas as relações que se estabelecem na instituição. Se entre os adultos houver aceitação ao diferente, provavelmente este seja o “tom” que permeia a escola e reverbera entre adultos, jovens e crianças.

7)      Ser você mesmo

Quando o ambiente escolar é aberto às diferenças, possibilita que as pessoas sejam como são, pois se sentem em um lugar seguro. A diversidade traz grande riqueza à escola, pois cada um contribui com um olhar ou perspectiva que alimenta e amplia a do outro. Imagine ter um problema a ser resolvido e muitas soluções para enfrentá-lo. Isso é o que acontece quando convivemos onde cada um pode ser quem se é.

8)      Estabelecer relações de confiança

As relações de confiança fazem parte de tudo que dissemos até agora, mas estão aqui para nos lembrar que não acontecem do dia para a noite, são uma construção gradual e única. Assim como Craig e o polvo foram estreitando seus vínculos dia a dia a medida que se conheciam, nas relações que estabelecemos com os alunos é o mesmo. Quando um sentimento de pertencimento se revela com nosso grupo de alunos, é sinal de que os vínculos são muito fortes. E podemos afirmar que as relações são únicas, pois se temos 25 alunos em sala, temos 25 relações particulares – incomparáveis e irreplicáveis.

9)      Saber contar bem uma história

A narrativa que damos aos acontecimentos pode fazer toda a diferença na força que aquela mensagem passa. Craig e os produtores do filme foram capazes de transformar uma linda história individual em uma lição para o mundo. Na escola, temos momentos inspiradores o tempo todo. É preciso olhar para eles com atenção e contar bem essa história.

10)  Desapego e boas lembranças

Craig não poderia interagir com o polvo para sempre, certo? Mas absorveu aprendizados, entregou-se àquilo enquanto durou e permaneceu com as boas lembranças. Na escola, os professores são um pouco assim. Projetam o melhor futuro possível para seus alunos, e se despedem com a esperança de que a contribuição ao longo dos anos tenha sido valiosa para eles.

11) O professor como mediador

Vamos adicionar um número extra para falarmos do papel do professor (o da escola, não do polvo) no aprendizado dos alunos. Parte das lições do filme estão relacionadas à importância da mediação no contato entre estudantes e conteúdo. Para ajudar os educadores a desenvolver ainda mais essa habilidade, temos uma atividade específica na jornada Emoções, que, vale lembrar, é certificada e gratuita. Clique AQUI para acessar.

 

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