Mais do que conteúdo, educação diz respeito a convívio, amizade e companheirismo
Embaixadora da Vivescer, Luciane Ribeiro reforça que autoconhecimento promovido pelas jornadas pode melhorar trabalho do professor em sala de aula com os alunos e convívio dentro e fora da escola
Luciane Fernandes Ribeiro é mais uma professora que integra o time de embaixadores da Vivescer. Professora de língua portuguesa do ensino fundamental 2 da rede pública municipal de Marabá, no Pará, teve o primeiro contato com a ferramenta por intermédio de um colega de profissão, e depois foi convidada a estimular que outros professores também a conhecessem.
“Prontamente aceitei o título de embaixadora da Vivescer, pois a plataforma se relaciona muito com o que entendo por educação pública de qualidade. É um diálogo muito interessante com a minha prática de sala de aula.”
Para ela, o ponto alto da ferramenta é o olhar sensível que dirige aos professores, entendendo a importância de falar a ‘mesma língua’ de quem está diariamente em sala de aula em contato com crianças e jovens. “O que achei mais interessante na Vivescer é que ela vê a figura do professor e se preocupa com ele. Sempre quando falo sobre a plataforma trago esse ponto de nos enxergar enquanto seres humanos, seres emocionais. Tudo com muita empatia, que é o que precisamos”, explica.
Olhar para dentro
Assim como muitos outros professores, Luciane aponta que a Vivescer incentiva, a todo momento, que o docente volte seu olhar para dentro de si e preocupe-se também com o próprio bem-estar. Para ela, esse foi um divisor de águas em sua vida como professora.
“Eu comecei a explorar a plataforma pela jornada da mente, porque era um momento em que estava precisando muito. Estava cansada física e mentalmente. A jornada me fez olhar para mim e perceber que precisava me cuidar para cuidar do outro, porque a princípio, pensava: ‘preciso estar na sala de aula trabalhando’. Agora não. Além de estar na sala, preciso estar bem”, reforça.
Os exercícios sugeridos ao longo do percurso, bem como outras propostas de trabalho com a respiração, ajudaram a controlar a ansiedade. Além disso, a professora ressalta que a jornada emoções foi um percurso repleto de descobertas, como maior percepção sobre a forma que as emoções se manifestem através de sintomas no corpo físico.
“O autoconhecimento é muito importante, pois estar bem ou chateado vai afetar o seu lado profissional. É interessante perceber isso, pois quando você está impaciente ou com algum problema na vida particular, pode levar isso para a sala de aula. Assim, é importante saber que o problema daquele dia está com você e não com os alunos. Conhecer as emoções é importante para lidar bem com elas”, destaca.
Dentro e fora da sala de aula
Para Luciane, o fato de a Vivescer encarar o professor a partir de uma ótica que se preocupa com a saúde física e mental ajuda o docente a entender melhor seus alunos e melhorar esse relacionamento. “Nós já sabíamos que é necessário trabalhar competências socioemocionais com os estudantes. Mas a plataforma apresenta um norte sobre como fazer isso de forma prática, indo além do discurso.”
Outro ensinamento da plataforma aos docentes é perceber que educação vai além do conteúdo do momento, conferindo importância à vivência, amizade, companheirismo e outros fatores. “A partir da Vivescer, nós passamos a entender novas formas de trabalhar e como isso é gratificante e traz resultados satisfatórios.”
Os ensinamentos também conversam diretamente com alguns pilares da educação. Apesar de concordar que o aluno deve ser o centro das reflexões, ela reforça que os docentes também devem receber atenção e cuidados direcionados, uma vez que representam uma parte importante do processo educacional. “Quando a Vivescer traz esse olhar para o professor, ela está dizendo que a valorização não passa apenas pela remuneração, mas sim a preocupação com o bem-estar do docente, necessário para que ele possa trabalhar bem.”
Essas percepções têm um efeito disseminador, uma vez que um professor que passa pelas jornadas vai puxando outros e influenciando positivamente toda uma comunidade. Com a ideia de multiplicar saberes, um professor cadastrado na plataforma pode mudar suas atitudes e passar isso adiante, o que acaba por refletir em seu comportamento com colegas e influenciá-los a mudar também.
Luciane Fernandes Ribeiro atua há 20 anos com educação. Formada em letras pela Universidade Federal do Pará, atualmente leciona na rede municipal de Marabá, no Pará. Em 2012, foi reconhecida pelo Prêmio Educador Nota 10.
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