Levar crianças aos museus desde cedo pode incentivar interesse e curiosidade por cultura e artes
A ideia de que museu não é lugar de criança é ultrapassada. Educadores e famílias podem promover vivências divertidas, produtivas e impactantes
O 18 de maio marca o Dia Internacional dos Museus. A Vivescer decidiu aproveitar a data para discutir o fato de que algumas gerações mais recentes de crianças e jovens não conhecem, por exemplo, o Museu do Ipiranga. Fechado para reforma desde 2013, o prédio era parada obrigatória das excursões escolares, que levavam estudantes para conhecer obras de destaque, como Independência ou Morte, do artista Pedro Américo
Além dessa, inúmeras outras casas de cultura encontram-se atualmente fechadas no Brasil, e essa ausência de visitação a esses espaços pode prejudicar o desenvolvimento crítico dos estudantes, como explica Milene Chiovatto, coordenadora do núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca de São Paulo, uma vez que museus são espaços educativos, e que a cultura faz parte da educação dos indivíduos.
“Ao não frequentar esses espaços, muitas vezes as crianças perdem a oportunidade de um contato sistemático com objetos, imagens e conteúdos que nos representam como identidade e despertam curiosidade, possibilidades de criação, socialização, interpretação, além de serem espaços para construção de conhecimento crítico, tão necessários para transformar a sociedade em que vivemos”, afirma.
Museu é lugar de criança?
Se você está se fazendo essa pergunta ou já ouviu alguém se questionando, a resposta é sim. É verdade que, há algum tempo, os modelos e pensamentos a respeito dos museus entendiam esses espaços como exclusivos para especialistas. Entretanto, Milene explica que, hoje em dia, a concepção é outra.
“Essa é uma visão ultrapassada. Atualmente os museus não só são considerados espaços para crianças, como há uma vasta variedade de ações e atividades educativas desenvolvidas pelos museus para envolver cada vez mais esse público e fomentar sua frequência cultural, como é o caso do projeto PinaFamília, desenvolvido pela Pinacoteca e que acontece a cada segundo domingo de cada mês”, afirma a coordenadora.
Ou seja, incentivar o desenvolvimento do interesse pela cultura é, assim como diversos outros temas, papel tanto da escola, dos pais e responsáveis, da sociedade e das próprias instituições culturais.
“Se todas essas instâncias atuarem em prol dessa relação de aproximação, então a frequência cultural pode se transformar numa necessidade e alcançar uma relevância real em nossa sociedade.”
Planejando uma visita
Para educadores e escolas que desejam planejar uma visita a um museu devem levar alguns pontos em consideração. Um deles é aproveitar a novidade de estar em um local diferente do cotidiano e promover uma vivência divertida, produtiva e impactante. “Passear por seus corredores, observar e conversar sobre coisas curiosas, instigantes pode ser uma atividade extremamente prazerosa.”
Para conhecer previamente o local e elaborar a visita, o educador ou familiar pode, por exemplo, visitar o site da instituição, uma vez que muitas delas já oferecem propostas de atividades e podem dar boas ideias para fazer da visita uma experiência memorável.
Outro ponto reforçado por Milene é perguntar e estar aberto a ouvir as respostas das crianças e adolescentes, dialogando com eles sobre suas impressões, gostos e interpretações.
A seguir, confira outras dicas para frequentar museus com crianças:
- decidir que tipo de museu atrai mais seus alunos ou filhos. História, Artes, Ciências, Arqueologia, são inúmeras as opções;
- pensar na visita como uma exploração;
- incentivar que os jovens ou crianças possam trocar ideias sobre os artefatos expostos;
- elaborar cartões com tarefas que fujam da cópia de textos das obras;
- fazer perguntas, como o que mais gostaram e porquê, o que aprenderam, entre outras.
Fique por dentro
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