Horta na escola ajuda a desenvolver consciência sobre sustentabilidade

Com o recém-lançado e-book “Horta Escolar – Aprendendo com a Natureza”, a Vivescer mostra o potencial de atividades envolvendo plantio e colheita. 

Apesar de professores estarem mais acostumados a ensinar em sala de aula do que nas demais dependências da escola, a vivência em outros espaços – ou até mesmo promover diferentes usos da sala de aula – pode ajudar a trabalhar conceitos mais abstratos e, assim, facilitar a compreensão dos conteúdos por parte dos estudantes. 

Esse é o caso da construção de uma horta escolar. Para escolas que têm espaço, é possível fazer uma horta ao ar livre. Para as menores, a gestão pode aproveitar canteiros ou até mesmo vasos posicionados perto das janelas da sala de aula. O importante é levar a experiência aos estudantes. 

“A horta escolar é uma proposta educativa que traz em si o potencial de reconectar crianças e jovens à natureza, convidando a observar transformações e a conhecer processos, e possibilitar conquistas e aprendizados importantes sobre sustentabilidade e segurança alimentar”, explica Ana Flávia Castanho, coordenadora pedagógica da Vivescer, uma das responsáveis pela elaboração do e-book “Horta Escolar – Aprendendo com a Natureza”

Educação ao ar livre

“Um pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra, é um microcosmo de todo o mundo natural. Nele, encontramos formas de vida, recursos de vida, processos de vida e, a partir dele podemos reconceitualizar nosso currículo escolar, pois, ao construí-lo e cultivá-lo, podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como fonte de tantos mistérios! Ele nos ensina os valores da emocionalidade com a Terra: a vida, a morte, a sobrevivência, os valores da paciência, a perseverança, da criatividade, da adaptação, da transformação, da renovação”.

O trecho do livro “Boniteza de um Sonho”, de Moacir Gadotti, citado por Ana Flávia, explica a importância de proporcionar momentos de vivência e aprendizado ao ar livre para crianças de todas as idades.

Todos os processos que envolvem a criação de uma horta, como pesquisa prévia, observação de boas experiências, planejamento da disposição do plantio, estudo dos principais cuidados com a plantação, até a parte do plantio em si, possibilitam que as crianças pensem com mais afinco e profundidade sobre tudo o que está envolvido nesse ciclo natural. 

“Viver a experiência da horta escolar, a partir dos cuidados para criar condições de solo, água e luminosidade para que a vida das plantas se estabeleça e se desenvolva, convida um olhar atento sobre tudo que é vida, levando crianças e jovens a refletir sobre como todas as formas de vida estão conectadas”, explica Ana Flávia. 

Para a coordenadora, essa reflexão aprofundada sobre os ciclos naturais acarreta outras percepções, como o desenvolvimento de um olhar mais crítico para a forma como as ações humanas impactam no planeta, bem como um olhar atento para a própria saúde e bem-estar. 

Além das ciências da natureza

O trabalho com a horta escolar favorece que as crianças conheçam de perto o ciclo de vida das plantas e avancem em seus saberes acerca das ciências da natureza. Apesar de todo esse conteúdo estar mais ligado às disciplinas envolvendo ciências da natureza, também é possível trabalhar outras áreas, como linguagem e matemática, a partir da vivência na horta. 

Ana Flávia cita exemplos de como outros conteúdos podem ser trabalhados a partir desse laboratório vivo que é a horta: pode-se usar tabelas e gráficos para organizar os dados de crescimento das plantas ou da produção da horta e, com isso, avançar nos saberes matemáticos relativos ao tratamento da informação.

Os conhecimentos matemáticos também podem ser utilizados na medida dos canteiros e planejamento do espaço da horta. Já em língua portuguesa, é possível que os alunos desenvolvam habilidades a partir do registro das descobertas da horta em textos informativos. 

“São muitas relações possíveis e cada professor, diante do seu planejamento, tem condições de fazer as melhores escolhas a fim de que a horta escolar seja um contexto significativo da aprendizagem de diferentes conteúdos”, aponta Ana Flávia. 

Competências e habilidades

O conteúdo, alinhado com cinco competências gerais da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), como conhecimento, pensamento científico, autoconhecimento e cidadania, ajuda a compreensão de diferentes objetos de conhecimento, como o sol enquanto fonte de luz e calor, usos do solo, ciclo hidrológico, plantas, consumo consciente, hábitos alimentares e seres vivos no meio ambiente. 

Além das competências gerais da BNCC, desenvolver uma horta de forma conjunta possibilita que crianças e jovens trabalhem outros aspectos pessoais e se desenvolvam. 

“Participar de atividades que aliam a educação ao ar livre com um propósito e comprometimento comum, como é o caso do planejamento, plantio e manutenção de uma horta escolar, são contextos importantes de trabalho em equipe e resolução compartilhada de problemas. Além disso, no caso da horta escolar, há uma conexão maior com a natureza e a forma como todos, que somos parte dela, estamos interligados em nossos ciclos de vida”, defende Ana Flávia. 

Saiba mais

O e-book gratuito “Horta Escolar – Aprendendo com a Natureza”, da Vivescer, traz dicas detalhadas para o desenvolvimento de uma horta escolar ao longo de seis aulas. O processo, dividido em seis etapas, conta com um planejamento detalhado, que vai desde rodas de conversa com a turma sobre plantio e colheita, passando por um levantamento sobre o que os estudantes sabem sobre o tema, como imaginam uma horta e pesquisa de boas experiências e os principais cuidados com a plantação, até a etapa mão na massa, na qual os estudantes realizam a semeadura

Todo o percurso está disponível neste link. Acesse e compartilhe sua experiência com a gente através do WhatsApp: (22) 98111-3620.

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